19 de setembro de 2012

Cinquenta tons de verdade

Não sou nenhuma crítica literária, muito menos uma expert em romances eróticos, mas eu preciso comentar sobre a trilogia "Cinquenta Tons". Embora eu ainda esteja na metade do segundo livro "Cinquenta Tons Mais Escuros", há muito que se dizer.
Vamos por partes. Descobri E. L. James quando estava no aeroporto de Congonhas esperando um vôo, folheando uma revista, achei toda a história de 50 Tons bem interessante, mas o livro ainda não havia sido lançado no Brasil. Googlei “50 shades of grey” e li o primeiro capítulo, ali mesmo, na sala de embarque, em pouco mais de cinco minutos e fazendo muitas caras e bocas. Meu coração disparou e eu entendi o recado: Você precisa ler esse livro.
E eu li, em três dias. Entre risinhos e choramingos o livro despertou em mim, sensações nunca antes experimentadas. A questão não é os tapas, mãos amarradas, o sexo, os olhares, o envolvimento de Anastásia Steele e Christian Grey, ou o fato do livro ter virado um Best-seller em poucos dias. Há algo que mexe com as mulheres.
Sou mulher, adulta e bem resolvida. Sempre concordei com Nelson Rodrigues quando ele disse que “Mulher gosta de apanhar”. Não precisa ser uma surra de palmadas, ou chicote de couro. A questão é o apanhar figurativo. É uma questão de... Saber pegar! Pra mim, é essa a chave pra tanto sucesso. Todas, nós, mulheres, queremos um Sr. Grey, que seja possessivo, puxe seu cabelo e diga que você é toda dele. Vamos lá mulherada, saiam da casca de ‘boas moças’ porque isso não combina com quem leu e gostou do livro. Nem com metade das mulheres que se dizem: arroz com feijão.
Grey tem estereótipo bonitão, rico, bem sucedido e com boa pegada. TÁ, ELE É UM FOFO! (HAHA) Beleza, é o cara dos sonhos. Mas ele é mais que isso. Não preciso ser nenhuma psicológica especializada em relacionamentos e comportamento masculino, pra entender que na realidade, nenhuma mulher quer uma relação “baunilha” como a autora cita. Namorinho de mãos dadas e jantar são bacanas, mas não é o suficiente. Mulher é um bicho que sempre quer mais.
Somos animais também, e a consciência que nos torna superiores aos outros animais, concluiu que o sexo pode ir além da função reprodutiva. É carnal, e que fodam-se os pecados. O homem surgiu para, sempre, descumprir as regras, inclusive as divinas. Donas de casa beatas não me enganam. E volto a parafrasear Nelson Rodrigues “Se cada um soubesse o que o outro faz entre quatro paredes, ninguém se cumprimentava”. O prazer existe, e se existe, por que renegá-lo?
O jogo foi invertido, antes, os homens que eram os “machões comedores” estão ficando pequenininhos perto de tantas mulheres decididas a dar e levar uma palmada nas nádegas. Estamos tomando o posto de donas da relação. Erika Leonard James deu um empurrãozinho em cada uma de suas leitoras, fazendo-as não mais reprimir seus desejos e vontades, por mais absurdas que forem.
Chega desse papo de, não faço isso, não faço aquilo. Libertem-se dos moldes tradicionais, sem culpa. Ninguém está vendo sua vida íntima pra te julgar. Aliás, ninguém tem que julgar ninguém por ser feliz do jeito que for.
Apesar de estar achando o segundo livro um pouco romântico e meloso, entendo que já era hora de Chris e Ana viverem como um casal, aparentemente, comum. Como a maioria de nós. Ou como a maioria dos casais aparentam ser. Aguardo os próximos capítulos, e o terceiro livro, com ânsia de que a história não perca sua essência “motivadora”. Além do mais, enquanto eu não acabar a trilogia, não vou entender o que é que Grey tem.
Vocês que não entendem muito bem o que eu estou falando, não se preocupem nem fiquem com medo de apanharem. Conhecem o ditado: Quando um não quer, dois não brigam? Então, é bem por aí.
Só digo uma coisa: Não mordam os lábios meninas! 


Trilha para o post (E trilha do Livro!) http://www.youtube.com/watch?v=Ebf3BfgILKM 


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