23 de outubro de 2013

Cada um com seu cu

Engraçado. Antes, bem antes do caso da “Fran” eu já tinha rascunhado uma postagem sobre esse machismo deliberado que vejo por aí, de homens comedores e mulheres biscas. E eis que surge a Fran, e na sua inocência (ou não), me deu um gás a mais para escrever. O meu defeito é ser sincera demais, e expor a minha opinião, por mais idiota que ela possa parecer aos outros. Afinal, viva a liberdade de expressão!
Nada mais polêmico que um cu, não é mesmo? Cês aí que estão lendo, me perdoem, mas tão polêmico quanto vagina, pênis e sexo é o tal do cu. O mais desejado de 5 em cada 5 homens, o mais reprimido de 5 em cada 5 mulheres. Eu sou adulta, vocês também são (eu espero), então, sejamos claros como vodka, todo cara quer um “apertadinho” pra chamar de seu.
E a Fran? Ah, a Fran coitada, ela ofereceu o seu, como uma nobre prova de amor, eu acho que essa é uma das maiores provas de amor e confiança em um relacionamento. E ela, no meio de todo rala e rola, sem pudor nenhum, mandou ver no sinalzinho com a mão e se entregou. Não vejo problema nenhum nisso. Aliás, não há problema em sexo. Todos fazem ou faremos sexo um dia. Mas ela estava sendo filmada.
A Fran faz parte de um grupo de milhares de mulheres que se deixa filmar, sabe-se lá o motivo, mas ela deixou, e tantas outras deixam. Fetiche, fantasia, curiosidade, confiança. Não importa o que a levou a permitir que sua imagem se tornasse um arquivo no celular do cara, ela deixou e isso é problema dela, e dele. No entanto, ela merece ser julgada por isso? Ela merece ser julgada como vadia, prostituta, vagabunda, PORQUE CONFIOU NO CARA QUE GOSTA? Se você respondeu sim, você é um puta de um hipócrita do c******, porque você faz sexo e ninguém aqui sabe o que você faz entre quatro paredes.
OBS: O cara é o comedor machão né? Ninguém, até agora, tá julgando o bonitão da bala Chita. (Repense)
Se você disse NÃO, ela não merece ser julgada, estamos juntos nessa luta. 
O sexo é uma das coisas mais bonitas do ser humano, chega de mimimi sobre isso. Já tá na hora de virarmos gente grande e assumida. Geral fica vendo pornografia na internet, mulher de biquíni e homem de sunguinha, mas no dia que o Amor & Sexo da Globo colocou um monte de gente desnuda na TV, foi um absurdo né? Ah vá!
Vivemos de prazer, queremos comer o que nos dá prazer, fazer o que nos dá prazer, só que se você faz isso assumidamente demais, opa, aí tá errado. A Fran disse que não se arrepende, ela fez o que queria na hora que deu vontade. E agora a menina vive enclausurada, por causa de pessoas ignorantes que a estão julgando, sem antes dar uma conferida no próprio umbigo. Eu confesso que já fui de julgar meninas que tiram fotos sem roupa, mas quer saber? Eu mudei e me orgulho disso. Quem sou eu pra julgar alguém? Quem sou eu pra dizer o que a menina pode ou não fazer? Um dia eu posso vir a fazer a mesma coisa, e aí onde fica a minha moral pra falar?
Homens, não julguem as mulheres por elas terem vontade própria no sexo (somos filhas de Deus), ou tá achando que vivemos só para proporcionar-lhes o prazer eterno? Se manquem!
Mulheres, não julguem as outras mulheres por fazerem o que têm vontade. Olha o recalque heim?!
Vamos lá, cada um cuidando do seu cu e assim seremos felizes.
 

#ForçaFran o/


A vida é minha, eu faço o que eu quiser :P

19 de setembro de 2013

Como se fosse ontem

Eu chego e você está lá, feliz, balançando o toco de rabo. Você vem correndo ao meu encontro e eu sento no chão pra te encher de afagos enquanto você espirra em mim, do jeito úmido que só você faz. E aí você sai correndo, e corre muito em um campo muito verde. 


Faz uma penca de dias que eu sonho com isso todas as noites.  Venho sonhando com a minha Drica antes mesmo dela ter ido morar no céu. Desde a quinta-feira passada o meu coração se transformou em uma montanha de cacos que eu tento recolher e juntar todos os dias quando acordo. Em vão, no fim da tarde eles voltam a cair, e acabam se quebrando em cacos menores. 

Parece que isso nunca vai passar. 
Parece que eu vou chegar em casa e você vai estar lá.
Parece que vou abrir o pão e tirar o miolo pra você.
Parece que eu vou poder correr lá fora pra chorar e te abraçar, e assim me acalmar.
(...)
Talvez você esteja em cada cantinho que te vi ao longo desses 13 anos. No lugar que suas vasilhas de comida ficavam, ou no seu pedaço preferido da casa, o tapete da cozinha. Na cama, nas marcas que seus pés deixaram em volta da piscina. Vai ter um pedaço de Drica em cada passo que eu der, em cada cafuné que eu fizer na Madalena e na Lola, em cada lembrança, em cada bola de choro que eu engolir, principalmente em lugares públicos. 
"Mas ela tá bem" todos dizem. Mas e eu? Enquanto isso eu não estou bem. É um dor muito esquisita e de um tipo que eu nunca tinha sentido. A verdade é que eu ainda não aprendi a deixar as coisas irem embora, e é essa a parte mais difícil dessa "fase". 
Ainda vou deixar muitas lágrimas caírem, ainda vou sentir a sua falta, ainda vou sentir o seu cheiro como se fosse ontem. 
A tristeza logo se transformará em uma recordação alegre... 
Vou continuar sonhando esse sonho bonito, e por mais que as pessoas me digam que vai ficar tudo bem, nunca vai ficar TUDO bem de novo. Porque você não está mais aqui.  
Sabe Drica, tem mais duas pequenas peludas aqui, elas nunca te substituirão, mas elas precisam de força e por elas eu tô aguentando. 
Guarde todas as babas por aí, um dia a gente se encontra gorducha :} 

E eu te prometo que vou conseguir escrever meu TCC, mas só quando o coração estiver inteiro... 



"E se tropeçar, do chão não vai passar. Quem sete vezes cai levanta oito..."

3 de setembro de 2013

câmbio, desliga.

Estou saturada de tecnologia.
Essa é a frase que talvez nunca iriam esperar de mim, a pessoa que dorme/come (e se pudesse tomava banho) com o celular na mão desde que descobriu o mundo mágico do smartphone. (Vide imagem abaixo)
Atenção: As declarações a seguir são fortes. 
fotografia: Even

Hoje eu não quis acordar e ir direto pro celular, as 8h ele despertou e as Harpas que me acordariam ficaram tocando até as 8:30h, quando então criei coragem pra encarar aquele brilho de tela capaz de me cegar por alguns segundos.

Ao invés de sentar no computador e fazer os meus deveres eu sentei no chão, peguei uma penca de livros, abri em uma página e li alguma frase de cada um. Li Charles Bukowski, Nelson Rodrigues, João Ubaldo Ribeiro e Chico Buarque. Depois eu postei uma foto deles no Instagram (cê tá vendo meu problema?).
Fiquei pensando em como a minha vida era antes de entrar de cabeça no mundo digital, e fracamente, me deixar possuir pelas maravilhas da tecnologia. Eu só me preocupava com SMS e ligações, uma ou duas vezes por dia eu abria o Orkut pra responder algum recado. Não precisava ficar conectada, eu não ficava conectada e as pessoas mais próximas não ficavam perguntando porque eu tinha sumido, eu estava vivendo a minha vida.
Hoje se eu ficar Off por uma horinha, vou receber iMessage da minha mãe, inbox do namorado, WhatsApp dos amigos, pra saber o que aconteceu que eu sumi. E a culpa é toda minha. Eu mesma criei esse monstro (eu) viciado em celular, viciado em internet, conectado com a tecnologia por um cordão umbilical imaginário.
Pois bem, depois de ler eu chorei. Um choro sufocado de quem estava dentro de um saco plástico fumê. Um choro de quem chegou no limite da dependência tecnológica em 3 anos de vida smathphônica. E é algo muito difícil de assumir. 
E aí eu deitei no chão, olhei pro teto, ouvi algumas músicas. 
E aí eu pensei que eu posso estar com algum problema de dependência de internet.
E aí eu quis me enfiar em uma aldeia indígena lá na Amazônia, mas descobri (googlando) que alguns "tours" custam até 5 mil reais por uma semana morando em uma oca numa Aldeia, pescando, comendo e vivendo como os índios. 
Não vai ser fácil me desligar. Ainda mais com um projeto de Iniciação Científica focado na mídia digital. Com pesquisas diárias na internet por conta do meu TCC e demais trabalhos da faculdade. Ainda mais quando vou ser jornalista, na idade Mídia, diga-se de passagem. Mas eu preciso. Preciso desligar, e isso acontecerá de forma lenta e gradual. 
Não, eu não vou abandonar as minhas redes sociais. A proposta é diminuir, ou aprender a usar. Em definitivo, não sei brincar de internet, se soubesse não estaria nessa situação caótica.
Não serei uma Mariana menos participativa, porque eu GOSTO de expor a minha opinião. Serei uma Mariana controlada, que não vai olhar o celular de 5 em 5 minutos, nem atualizar os aplicativos a cada hora. Será? 
Detox de internet, parte 1. 







21 de agosto de 2013

Por que não?

Não é mais um discurso feminista nem um tópico para discussões fervorosas. É um manifesto em defesa do direto da mulher em exercer seu papel de ser humano. 
Não, mulher não é um objeto de decoração. Mulher não é o sexo frágil. Muito menos inferior ao Homem pra ser tratada (em muitos casos) como tal. 
Chega a ser engraçado, porque a meu ver, a mulher luta bem pouco pelos seus direitos a igualdade. Não que nós sejamos iguais aos homens, mas em certas questões, deveríamos ser. Tipo, as questões salariais. No último Censo o IBGE registrou uma diferença de 30% entre o rendimento mensal dos homens e das mulheres. Nós ganhamos menos, bem menos. Porque somos mulheres? E daí?
Na verdade, há outro ponto que pretendo levar adiante, que é a sexualidade feminina. Pra mim, o tema mais mal discutido e mais "off" do século XXI. Gente, SÉCULO VINTE E UM e pelo menos 90% de mulheres são reprimidas pelo próprio pensamento. 
Nem depois da trilogia 50 Tons, ou da série Crossfire a mulherada acordou, foi chuva de verão. Há um ano atrás, pelo menos 1 em cada 5 mulheres que eu conhecia estava alvoroçada por causa do Sr. Grey e da liberdade feminina em assumir o próprio desejo sexual. E agora? cri, cri, cri. Ilusão a minha em pensar que depois de 50 Tons seria bem diferente. Aliás, antes do romance erótico aparecer por aí, mulher não lia livro desse tipo né? 
Ah, é claro. Vão dizer que mulher assim (tipo, assumida sexualmente) é puta. Porque em algum lugar do século passado as nossas tataravós ensinaram suas filhas (nossas bisavós) que a mulher estava ali para servir o homem. Que mulher de família faz o que o homem manda. E de geração em geração isso chegou até nós e permaneceu. 
Eu tenho mãe liberal, bacana, que conversa comigo sobre tudo do mundo e que soube me explicar, lá nos meus 15 anos, de que a gente (mulher) deve fazer o que tem vontade e não o que mandam a gente fazer. Somos donas dos nossos corpos. 
Ao mesmo tempo que eu tenho esse pensamento livre, vejo uma penca de moças aí reprimidas, que ouvem "certas" coisas e falam: Ai credo! Essas situações acabam me fazendo um pouco contida com as palavras. 
Mulher ruboriza ao falar de sexo. Sexo é normal, é parte do ciclo da vida, ou você tá achando que a cegonha trouxe você? 
Não fala de sexo mas mete o pau na depilação da Nanda Costa. 
Não fala de sexo mas dança todos os funks proibidões com apelo sexual. 
Não fala de sexo mas quer que todo mundo fique olhando pro seu decote.
Não fala de sexo mas fala da colega que "deu" pra todo mundo. 
Reflita fia. 
Mulher não pode comprar lingerie, não pode falar de sexo numa mesa de bar, não pode de jeito nenhum falar sobre masturbação, ou então contar daquela noite com aquele cara. Por que não? 
Desapega dessa submissão sexual e seja quem você quer ser, faça as coisas que você tem vontade. Porque o que você faz, não é de interesse de ninguém, porém, vai te fazer uma pessoa mais feliz. E gente feliz né... É outra coisa.



Katy Perry - Roar (you are gonna hear me a roar , louder, louder than a lion)

4 de agosto de 2013

O começo do fim

Sem mais delongas, as férias enfim chegaram ao ponto sacrificante: o fim. As férias foram tão legais. Fiz 1% do que eu planejava, porém, esse 1% foi o suficiente pra fazer destes dias os mais bem aproveitados.
 Vou sentir saudades... Das férias. Da casa dos meus pais, do cheiro da roupa que a minha mãe lava, do café logo cedo, até da TV no volume quase máximo que me deixa louca. 
Vou sentir saudades de saber que eles estão aqui. Até de brigar com a minha mãe eu vou ter saudade. Das tardes inventando moda, e dos amigos barretenses (pouquíssimos) mas os melhores que eu poderia ter. Vou sentir saudades de ter três cachorros loucos, correndo, babando, brincando e pedindo carinho e comida. Os meus três focinhos gelados pela manhã...

Vai ficar a saudade de passar a semana em Rio Preto, assistindo filmes ruins e fumando narguile vendo a novela. Dos amigos que eu fiz por lá, da família que me adotou e de dormir e acordar olhando pro namorado bonitinho. É, também vou sentir saudades de Frutal. De cada detalhe da cidade, da minha casa e da faculdade.Sentirei saudades eternas! De cada momento, de cada pessoa, de cada afeto gerado nesses quatro anos de Frutal. Sentirei saudades de cada ensinamento aprendido, cada truque, macete e  diferencial. 
Sentirei saudades dos finais de semana em casa, ou viajando. Do almoços de domingo. De ser uma estudante universitária sem muitas preocupações na cabeça. De comer qualquer coisa. Beber uma cerveja na segunda feira pra dormir "zen". 
Tenho certeza que terei sempre um bom sorriso carregado de nostalgia no rosto. Um sorriso bobo que invade o rosto de repente. 
Fico pensando, será que é assim com todo mundo? Será que todo mundo fica cheio de ansiedades, pensando no que é que irá acontecer quando estiver formado? Será que todo mundo te medo de ser um desempregado? 
Estou colecionando desesperos. Colecionando sentimentos saudosistas. 
É o começo do fim. É o pontapé inicial para uma nova fase. Enfim, a vida adulta (essa que eu já experimentei uma vez). Trabalhar, se dedicar e ir se tornando sempre, a cada dia, um ser humano melhor. Isso me basta. 
Não espero muito, não tenho ambições estratosféricas, são as ambições de uma mulher num corpo de menina, de uma menina numa cabeça de mulher. 
O que vier eu faço, o que vier eu traço, o que vier eu mato. Sem tempo ruim, sem frescura, sem mimimis.
Vem 8º Período! Vem diploma! Vem jornalismo!



música: CBJr - Céu Azul (Mas também quero te mostrar que existe um lado bom nessa história, tudo que ainda temos a compartilhar...)