Sete de abril. Dia do jornalista
e dos quase jornalistas, também. Como poucos no meio jornalístico, eu me
esqueci da data, que obviamente veio a meu conhecimento pela internet. Não sou
esquecida, só sou um pouco distraída, assim sendo, me lembro bem como vim parar
aqui, entre leads, manchetes e pautas. Eu era só uma simples funcionária do
setor hoteleiro, recém formada em Gastronomia, morando sozinha em uma cidade
nova, sem amigos, namorado ou família por perto. Eu era uma menina de 20 anos proclamando
a liberdade.
Mas eu nasci indignada com o
mundo. Em tudo, eu disse, EM TUDO eu encontro uma brecha para reclamar,
duvidar, contrariar, desconfiar. Talvez o cara lá de cima tenha olhado pra mim
e anunciado: Essa vai ser bicho aguerrido, difícil de reprimir e de aconselhar.
Pois bem, assim foi feito. E a melhor maneira de expor esses meus devaneios é
escrevendo. Pra todos, pra mim, pra ninguém ler. Mas transformar um punhado de
letras em anseios é meu forte. Modéstia também.
Estaria tudo bem se eu não
resolvesse desconfiar das pessoas. Talvez hoje eu trabalhasse em uma cozinha,
cortando os dedos, queimando panelas e fazendo as pessoas lamber os beiços com
meu tempero. Mas não, o desconfiômetro estava certo, e eu que aprendi a sempre
fazer as coisas do jeito CERTO E LEGAL não consegui trabalhar entre tantas
irregularidades, ilegalidades e pessoas corruptas. Foi quando me vi sentada na
universidade entre tantas pessoas diferentes de mim.
Era tarde. Dei outro grito de independência
e virei universitária. E daquele fevereiro de 2010 até hoje, abril de 2012, eu
só tenho uma certeza, to aqui nesse mundão pra polemizar usando as minhas palavras.
Não sei se tenho razão e/ou fundamentos, mas eu falo. As pessoas me assustam e
cada vez menos eu quero me envolver com elas. Figuras públicas então... Aprendo
cada dia mais com os animais, observando seus comportamentos e atitudes com
nós, humanos cheios de razão e pose. É a vira-lata Madalena que faz eu me
sentir um monte de cocô diante de tudo. E a boxer Drica foi quem me mostrou o
que é lealdade.
Cachorros não falam, e nem
precisam, creio eu que se falassem diria a nós seres humanos como somos
idiotas. Quantas vezes eu chorei e me consolei com rabos balançando, unhadas e
latidos? Quantas decisões eu tomei a base de focinhos gelados? Já perdi as
contas do número de monólogos observados com os olhares atentos e amendoados
das duas.
Simplicidades me atraem. Comidas
também. Tenho o cérebro gordo, talvez por isso a Gastronomia me cozinhou em
banho-maria por três anos. Comer é minha necessidade, já saborear é minha
principal qualidade. Tá certo que eu mal como, mas as poucas horas diante de um
prato são as minhas favoritas. Gastronomia inclui bebidas, então, copos me
atraem. Copos me atraem muito, e eu não sou alcoólatra nem bêbada, TÁ PESSOAL?!
Sei o valor que um copo tem, principalmente quando ele me enche a cabeça de
ideias boas sobre a vida.
E são essas ideias, esses delírios,
reclamações, chatices, indignações que me enchem de certeza: estou no caminho
certo (Agora sim mãe!). Sabe-se lá o que vai estar me esperando daqui um ano e
meio, quero ser merecedora, independente da minha boca grande e da minha
[in]sensatez. Eu quero falar pro mundo o que penso, o que vi e o que vivi,
quero que as pessoas saibam o que precisam saber. Quer ser porta-voz da verdade,
por mais doída e cruel que esta for. As pessoas já vivem um mundo de ilusões,
de cegueira. A hora da verdade precisa chegar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário