16 de agosto de 2011

Amor que não se explica


Seu nariz é 32 vezes mais potente que o meu.
Seus ouvidos encontram origem e direção do som em seis centésimos de segundos, e ouve quatro vezes mais longe que eu.
Apesar da boa visão noturna, só difere as cores azul, amarelo, preto e branco. Todas as outras são em preto e branco. A sensibilidade à luz não esconde o foco ruim.
Tem o tato bem pouco apurado e sente mais frio que calor. Transpira pela língua, enquanto eu molho meu couro cabeludo inteiro de suor em dias muito quentes.
O paladar, talvez meu melhor sentido ganha fácil do seu. Por ter nove vezes menos papilas gustativas e não associar odor ao sabor comeria todos os dias a mesma comida sem notar.
Comparada a minha idade que é de 22 anos, ela tem nove anos. São cinco anos meus do primeiro ano de vida e quatro anos meus a cada ano vivido (Essa teoria é baseada em um estudo do desenvolvimento dos cães em relação ao desenvolvimento dos homens). Ou seja, tem dois anos, mas se fosse um ser humano teria nove, pois ambos os corpos desenvolveram-se da mesma maneira.
Ninguém precisa ser nenhum ‘Herculano Quintanilha’ para adivinhar que estou falando dela. A louca mais louca, destruidora de móveis, tapetes e prendedores de roupa: MADALENA!
Admito. Sou péssima em relações com seres humanos. Bichos demasiadamente complicados de se entender, aceitar e ter como amigo. Mas se o bicho em questão for um cachorro garanto uma amizade desde criancinha em menos de cinco minutos.
O que esperar de um cão cujo nome tem como palavras-chave: Disciplina, Confiabilidade e LEALDADE? (É, a parte da disciplina eu dispenso das qualidades) Muita lealdade, muita mesmo!
Tudo que ela destruiu, todas as vezes que me arranhou e tentou morder. Os estresses que me fez passar, a saudade e o medo de perdê-la. É tudo muito pequeno perto de tantos contentamentos que pude desfrutar do seu lado.
Esse presentinho de Deus com quatro patas e um olhar de felicidade extrema me faz feliz todo dia quando pula de alegria às 7 da manhã enquanto eu morro de preguiça. É a companhia dos meus dias solitários como universitária. Meu tudo e meu nada.
Nada vai explicar o amor que ela preenche dentro do meu dia-a-dia. Nem as razões pelas quais eu sinto esse amor.
É amor, e amor não se explica se sente.
O cão não é só o melhor amigo do homem, é seu maior confidente. Não há nada que você sinta que seu cão não perceba que você está sentindo. 

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