7 de junho de 2012

Quando eu crescer quero ser ...


Um dia eu quis ser Médica Veterinária, no outro já queria ser Costureira, mas logo em seguida decidi ser Escritora. O que eu já sonhei em ser e o que eu já fui são como duas retas andando paralelamente rumo ao infinito. Nunca se encontrarão.
Assumo que meus sonhos são altos demais, malucos demais, mas não tão impossíveis demais. São sonhos de menina que se misturaram com desejos de mulher e os anseios de alguém que ainda é jovem, mas já apanhou muito em pouco tempo de vida.
Um dia eu fui DJ e aquilo parecia ser o que realmente eu queria para minha vida toda. Depois de uns meses, eu não queria mais ser DJ, já estava satisfeita com aquele tempo passado. E os vestibulares que eu já prestei? Biologia, Ciências Sociais, Medicina Veterinária, Serviço Social e Design de Moda. Uma metamorfose ambulante com uma mente em constante modificação.
Quanta loucura! Formei-me em Gastronomia porque eu realmente gostava, e gosto, mas não para ATUAR na área, é um hobby. Então, trabalhei no setor Hoteleiro feito um burrico de carga, fim de semana, feriados, férias e lá se foram meses de dedicação a um trabalho, que literalmente me deixou doente. E aí, eu cansei. Como sempre me canso.
Até que um belo dia eu descobri que aquele sonhozinho infantil de ser escritora era só a ponta de uma pedra que eu queria lapidar dentro de mim: o Jornalismo. Escrever é um dom e o papai do céu me iluminou muito com este apetite voraz de transformar pequenas coisas em grandes histórias. E disso eu não me canso.
Eu decepcionei um bocado de gente com essa minha volubilidade profissional passada. Eu dizia que quando crescesse ia querer ser... E acabava não sendo nada. Quantos planos eu comecei e não terminei? Quando traços de futuro morreram no presente? Quantas vezes eu usei o verbo QUERER em vão? É. Desculpem-me todos esses. Estamos sujeitos a erros. Passou.
E aí você que está lendo se pergunta: Mas como saber que você não vai cansar do jornalismo como cansou de todas as outras coisas?
E aí eu respondo: Porque é a única coisa que eu faço (dentre todas que eu já fiz), em que eu realmente me sinto EU. Simples e absolutamente Mariana.
O jornalismo é um sonho que alimentei e que nunca tive coragem pra enfrentar. O jornalismo é o mantra que repeti pra mim mesma “Quando eu crescer quero ser jornalista, para escrever tudo que eu vejo, sinto e vivo. E assim, as pessoas vão ler o que eu escrevi, e vão se sentir como eu, vão viver os lugares que eu vivi um dia, vão chorar as lágrimas que eu chorei e vão ter seus corações felizes quando eu tive o meu.”
Cada dia é um dia diferente. Todo dia o texto muda. O texto muda comigo e com o mundo. O jornalismo de ontem não é o mesmo de hoje, e eu também. Eu sou um pouco do que há no jornalismo, e o jornalismo é um pouco do que há em mim.
E você? O que é que vive dentro de você? Escondidinho aí entre recordações, anseios e decepções? Será que não é hora de dar pés para que este sonho possa caminhar junto com você?

Recomendo ouvir: Trijntje Oosterhuis – What The World Needs Now (em vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=bZ5-AMzIzms)

Nenhum comentário:

Postar um comentário