Um
dia eu quis ser Médica Veterinária, no outro já queria ser Costureira, mas logo
em seguida decidi ser Escritora. O que eu já sonhei em ser e o que eu já fui
são como duas retas andando paralelamente rumo ao infinito. Nunca se
encontrarão.
Assumo que meus sonhos são altos demais, malucos
demais, mas não tão impossíveis demais. São sonhos de menina que se misturaram
com desejos de mulher e os anseios de alguém que ainda é jovem, mas já apanhou
muito em pouco tempo de vida.
Um
dia eu fui DJ e aquilo parecia ser o que realmente eu queria para minha vida
toda. Depois de uns meses, eu não queria mais ser DJ, já estava satisfeita com
aquele tempo passado. E os vestibulares que eu já prestei? Biologia, Ciências
Sociais, Medicina Veterinária, Serviço Social e Design de Moda. Uma metamorfose
ambulante com uma mente em constante modificação.
Quanta
loucura! Formei-me em Gastronomia porque eu realmente gostava, e gosto, mas não
para ATUAR na área, é um hobby. Então, trabalhei no setor Hoteleiro feito um
burrico de carga, fim de semana, feriados, férias e lá se foram meses de
dedicação a um trabalho, que literalmente me deixou doente. E aí, eu cansei. Como
sempre me canso.
Até
que um belo dia eu descobri que aquele sonhozinho infantil de ser escritora era
só a ponta de uma pedra que eu queria lapidar dentro de mim: o Jornalismo. Escrever
é um dom e o papai do céu me iluminou muito com este apetite voraz de transformar
pequenas coisas em grandes histórias. E disso eu não me canso.
Eu
decepcionei um bocado de gente com essa minha volubilidade profissional passada.
Eu dizia que quando crescesse ia querer ser... E acabava não sendo nada. Quantos
planos eu comecei e não terminei? Quando traços de futuro morreram no presente?
Quantas vezes eu usei o verbo QUERER em vão? É. Desculpem-me todos esses. Estamos
sujeitos a erros. Passou.
E
aí você que está lendo se pergunta: Mas como saber que você não vai cansar do
jornalismo como cansou de todas as outras coisas?
E
aí eu respondo: Porque é a única coisa que eu faço (dentre todas que eu já
fiz), em que eu realmente me sinto EU. Simples e absolutamente Mariana.
O
jornalismo é um sonho que alimentei e que nunca tive coragem pra enfrentar. O
jornalismo é o mantra que repeti pra mim mesma “Quando eu crescer quero ser
jornalista, para escrever tudo que eu vejo, sinto e vivo. E assim, as pessoas
vão ler o que eu escrevi, e vão se sentir como eu, vão viver os lugares que eu
vivi um dia, vão chorar as lágrimas que eu chorei e vão ter seus corações
felizes quando eu tive o meu.”
Cada
dia é um dia diferente. Todo dia o texto muda. O texto muda comigo e com o
mundo. O jornalismo de ontem não é o mesmo de hoje, e eu também. Eu sou um
pouco do que há no jornalismo, e o jornalismo é um pouco do que há em mim.
E
você? O que é que vive dentro de você? Escondidinho aí entre recordações,
anseios e decepções? Será que não é hora de dar pés para que este sonho possa caminhar
junto com você?
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