Quando veio a oferta de ir passar o feriado do carnaval em uma cidadezinha de pouco mais de 10 mil habitantes localizada no vale do paraíba e chamada São Luiz do Paraitinga, estranhei. Após saber que se tratava de um carnaval de marchinhas, estranhei mais ainda. Confesso que, pra quem ama carnaval e sai pulando em qualquer lugar que tenha música, gente e bebida, teria aceitado de primeira, mas alguns detalhes me impediram de ser tão imediata. Enfim, chegou o dia de ver qual era a desse carnaval, o mais famoso do estado de São Paulo. Muita correria devido a minha 'brasileirice' genuína que insiste em deixar todos os detalhes para os últimos momentos. Tudo ok. Muitas horas de viagem até o destino final. Já na chegada vi uma cidade pequenina e vazia, com muitos enfeites e luzes. Não pude deixar de notar tantas construções com mais de cem anos destruídas. A enchente que devastou grande parte da cidade em janeiro de 2010 ainda deixava suas cicatrizes, ali em prédios de pé pela metade. Nos dias que se seguiram minha pouca expectativa se transformou em deslumbramento. A música repetitiva e estranha aos meus ouvidos, grudou na minha memória que já não posso mais deixar de canta-las. Muitas imagens não saem da minha cabeça, o lugar que antes era de uma igreja hoje é ocupado por tijolos, azulejos, um altar e o antigo sino. As ruas de lajota, o coreto no meio da praça, as roupas de chita, os homens travestidos, e as pessoas alcoolizadas e felizes. Tantas pessoas alteradas juntas e tão poucas brigas, quase nenhuma.
Esse carnaval é daqueles que nos faz renascer as raízes típicas, sem ter vergonha de assumir que cantou marchinhas e foi atrás do bloco que em sua maioria eram mais velhos que seus seguidores. É um carnaval que todos deveriam ir, pelo menos uma vez, pra entender que o bom e velho carnaval não vive só de desfiles em 'sapucaís' e 'anhembis' da vida. É o genuíno e brasileiríssimo carnaval onde se canta: Eu mato, eu mato, quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato.
O "Carnaval da Reconstrução", reconstruiu em mim a ideia de que o tradicional pode sim, ser muito legal pra quem é metido a moderninho (como eu).
Beijos crianças!
O "Carnaval da Reconstrução", reconstruiu em mim a ideia de que o tradicional pode sim, ser muito legal pra quem é metido a moderninho (como eu).
Beijos crianças!
até deu vontade de conhecer esse carnaval ai :) hahahhaha
ResponderExcluirTati :*
Otima descrição viu Mari, como sempre soube emocionar. E você nunca mais vai querer saber de outro carnaval. =)
ResponderExcluirMari, amei, vc falava tanto deste carnaval no twitter, mas agora realmente posso perceber o tanto que foi bom.Queria tanto que Frutal voltasse a ter um carnaval assim, mas creio que é quase impossível. Concordo com tudo que vc disse e espero que todos possam perceber que carnaval bom mesmo é igual esse.
ResponderExcluirvou colocar no mix!!! gostei!!!!
ResponderExcluirbtos...se o carnval for tão bom assim como o texto, vale muito a pena!!!
ResponderExcluirleitura super gostosa btos, ;D BOA, futura ótima jornalista!!! pelo jeito, teve mais doque mulher maravilha, bjos
Parabéns, Mari. Olha gostei muito. Cheio de detalhes visuais e até sentimentais - ao ponto de no momento em que eu estava lendo, parecia estar no meio do povo, embebedado e ouvindo as marchinhas ao fundo. Muito bom! Parabéns mesmo.
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